quinta-feira, 6 de outubro de 2011

POESIA




(POESIA EM DÉCIMA. Para quem não sabe: estilo de poesia alentejana em que há um mote, e
um desenvolvimento em estâncias de dez versos em que o último vai reproduzindo cada um
dos versos do mote, pela sua ordem)
EM OLIVENÇA HOUVE FADOS
DÉCIMAS

Mote

Em Olivença houve fados/
na Rua dos Saboeiros;/
sentimos-nos recompensados/
entre tantos companheiros//

1
Dia vinte e dois de Julho/
do ano de dois mil e dez,/
entre cervejas e cafés/
lá findou todo o barulho./
E foi então, com orgulho/
que se escutaram os brados/
de músicas e dedilhados,/
porque nessa noite notável/
naquela artéria venerável/
EM OLIVENÇA HOUVE FADOS!//

2
Foram logo quatro fadistas/
que, com todos os seus dotes,/
desenvolveram os seus motes/
mostrando ser bons artistas./
Com expressões intimistas/
lá cantaram, altaneiros,/
de rostos sempre faceiros/
para quem os estava ouvindo/
em momentoas de gozo infindo/
NA RUA DOS SABOEIROS.//

3
Muito brilhou o Jorge Goes/
e também o João Ficalho;/
a Marlene foi o borralho/
com o calor dos seus bemóis/
que soaram como crisóis./
A Soraia fez agrados/
com seus belos trinados./
Depois de a todos ouvir/
com os corações a sorrir/
SENTIMOS-NOS RECOMPENSADOS.//

4
O Fado em casa se ouvia/
naquela noite tão morna;/
e da Pecorinha (*) à Corna (*)/
muita gente compreendia/
que uma nova era se abria./
Amanhãs mais verdadeiros,/
de mais indivíduos inteiros,/
no seu futuro mais crentes,/
oliventinos contentes/
ENTRE TANTOS COMPANHEIROS!

(*) Bairro de Olivença

Estremoz, 24 de Julho de 2010
Carlos Eduardo da Cruz Luna

3 comentários:

  1. Cá estou, sem entender muito bem como é possível o Facebook anular o trabalho de um grupo que até tem uma enorme adesão... mas mesmo que não tivesse... que raio de poder tem ele para fazer com que os alentejanos tenham de desocupar um espaço que por eles foi construído? Não me agrada a prepotência, venha ela de onde vier.

    Um abraço, amigos do Alentejo!

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  2. Muito interessante esta forma de versejar.

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  3. O regresso às origens, gosto muito mais.



    Um abraço

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