Folheto-desdobrável da Amostra Fotográfica.
O «Grupo Alentejanos no Facebook» criado em inícios de 2010, por Luís Milhano, como um «local de encontro e troca de informação de todos os Alentejanos, tem sido uma experiência extraordinária a todos os níveis.
De forma voluntária, aderentes e colaboradores têm deixado excelentes contributos e testemunhos do amor que sentem por este território de excelência, falando-nos dos seus recursos patrimoniais, das suas gentes, das suas paisagens.
Mas porque tive eu a sorte de um dia ter sido convidada pelo seu mentor e de em mim ter depositado confiança?
Talvez porque o Alentejo é esse território de eleição que um dia me adoptou.
É grande, de facto, o Alentejo: o território onde se situam planuras e montanhas, onde se vê a seara ou o mar; onde se espalha o montado ou o trigo; o espaço onde sempre se semearam e semeiam gentes com histórias multi-seculares, testemunhadas nas marcas que foram deixando. Hoje mais sustentada a sua economia na excelência dos vinhos, azeites, cortiças e pecuária, prepara-se também para assentar uma nova dinâmica no regadio que alterará profundamente a relação do Homem com aquela Terra.
O Alentejo tem o maior concelho da Europa, Odemira, onde viveram homens desde a Pré-História, mas, no entanto, a desertificação deixou-se sobre ele abater, bem como sobre tantos outros concelhos da raia, do Baixo ou do Nordeste Alentejano, pese ainda se sentirem os seus Homens caçadores do que nem sempre na coutada já resta, pois em Quintas-feiras de época ainda há debandada geral na senda de patos, perdizes, coelhos ou javalis. Para registo dessa actividade ancestral ficou em Vila Viçosa o testemunho no Museu Municipal.
O Alentejo sente a perda das suas gentes e das actividades e ofícios que secularmente as ligaram aos lugares: a agricultura tradicional, a pastorícia, a mineração, entre tantas outras.
Contudo, esgotado o Lousal para a exploração mineira, dele ficou a memória em Museu e herdados os espaços que gradualmente se transformam em locais de lazer ou de aprender.
Mas o Alentejo mantém ainda, teimosamente, a qualidade dos seus lugares, sejam os núcleos urbanos ou os seus montes, a sua "arquitectura chã", os espaços religiosos ou sítios arqueológicos; a excelência dos seus produtos e dos seus recursos: a vinha que, já em período romano, permitiu que se instalassem importantes e ricas casas agrícolas e que, ainda hoje, teimosamente, sustenta parte da sua economia; o seu azeite e o pão, essa triologia mediterrânica, a sua cortiça em enrolha os melhores vinhos que o mundo tem e os seus cheiros que dão à dieta alentejana uma feição tão especial.
Pude assim, através deste espaço «Alentejanos no Facebook», partilhar de antigas intenções: fazer como que apontamentos de situações, de momentos, de sensações, fixando «paisagens humanizadas» ou de geografias físicas e afectivas vivenciadas e do testemunho dos contributos de quem continua a viver ou a saudar esse Território.
E reter, assim, imagens de sítios, de lugares, onde me parecia restar um equilíbrio entre o espaço, os seus habitantes, a sua história, o seu Tempo.
Tantas vezes, à medida que algumas dessas imagens foram sendo editadas, visualizadas, muitas questões se me iam levantando.
Que se faria agora com elas?
Considerei então ser importante que se reunissem numa pequena exposição, de forma a fixá-las para além do virtual, numa homenagem a todos os Aderentes e colaboradores do Grupo.
Talvez subjacente a essa ideia, estivessem preocupações que desde há longa data me acompanham, aspectos para os quais gostaria de ter certezas, quando o que me continua a perseguir genericamente são dúvidas e a angústia de não saber afinal como se tece o equilíbrio da vida, das suas memórias e geografias afectivas.
De desconhecer o segredo dessa fina rede ou malha que torna os Humanos mais felizes num tempo e num lugar.
Exactamente porque, quem sabe se por motivos profissionais ou outros, incorremos tantas vezes numa leitura quase pragmática dos lugares que visitamos, pois já urge o tempo para resolver, pouco restando para o «estar» ou «sentir» ou problematizar, gostaria de tentar fazer com esta mostra o espelho das impressões que causam alguns percursos, sítios e paisagens do Alentejo onde as «margias» e as «calmas» ainda se conseguem espraiar e que pudessem funcionar como o testemunho da beleza e harmonia que sempre encontrei no Alentejo
Tentar partilhar um pouco do equilíbrio inexplicável que ainda reside em cada um desses sítios que parecem, afinal, querer fugir a todas as dúvidas ou a todas as certezas que sobre eles se semeiam, tão alheios que se mostram estar de todas as nossas reflexões. Simplesmente estão lá, como que ETERNOS.
Aprender também com eles a aceitar que a História tem a sua própria História. E os Sítios, as pessoas, os sentimentos têm tempo, desgastam-se, consomem-se, findam-se levando com eles estórias desvendadas ou eternamente encobertas.
E que não podemos fugir sempre a esse tempo, mascarando-o de uma possível Eternidade, plastificando-o até ao seu limite físico, como se tratasse do retrato de Dorien Grey. ..
Mas, também, paralelamente, é verdade, sobrevivem como que por milagre na memória de todos nós se soubermos contar histórias partilhadas, manter os rituais e dar sentido à Palavra e ao Testemunho.
Foi, assim, minha intenção partilhar uma busca, o olhar dos que percorrem o Território, mostrando os múltiplos caminhos, que tantas vezes atravessei, no encalço de um lugar pré-determinado ou de um lugar qualquer. Assinalando presenças físicas actuais ou passadas e as marcas que deixaram/deixam no território e na paisagem: das pessoas que se fixaram; das que apenas os atravessaram.
Quem sabe, talvez assim possamos beber um pouco delas, das suas vozes, dos seus silêncios, ou dos seus mistérios e segredos.
Permitindo assim aos múltiplos «utilizadores» dessas paisagens que, para cada uma deles, os lugares desempenhem um papel que é afinal também só seu e atingir, desse modo, a Eternidade que mais não é mais do que uma busca, uma projecção sempre solitária e pessoal.
Hoje, três anos passados do meu regresso a Lisboa, tenho a sorte no Grupo «Alentejanos no Facebook» com o qual mantive colaboração, praticamente desde o início, de ter tido oportunidade de propor uma abordagem temática que corresponde a um trabalho de fundo que gostaria que se desenvolvesse sobre o Alentejo tendo como pano de fundo os QUATRO ELEMENTOS: TERRA, ÁGUA, FOGO E AR.
Partia do princípio que a todos eles correspondia um conjunto de recursos e de actividades em seu redor.
A TERRA a primeira a ser tratada, pois à volta dos recursos agrícolas, agro-pecuários e da pastorícia se fixaram as gentes, desde a Pré-História, no Alentejo.
As construções em terra e a olaria não são senão os derivados dessa TERRA MÃE.
A ÁGUA faz do Alentejo uma Mesopotâmia e foram os rios, as represas e barragens que permitiram alagar terras e fertilizá-las e ainda trocar produtos, pois muitos deles eram navegáveis e escoavam os produtos agrícolas e os minérios.
O FOGO permitiu manipular os minérios e produzir carvão. É o FOGO que permite que nos fornos do Alentejo se coza o pão e se faça o Borrego assado e tantos outros pitéus.
O AR, como essência etérea, é aqui o elemento que servirá de base para o tratamento do SAGRADO, pois também desde tempos imemoriais o Homem não só se fixou como se relacionou com o Divino de várias formas e de acordo com todas as culturas e povos que ocuparam este território.
Será também o elemento escolhido para representar o conto oral e a música.
E, por isso hoje temos a oportunidade de chorar a ouvir as «Cantadeiras» cantar!
A todos os Alentejanos e amantes do Alentejo, aos aderentes e colaboradores do grupo, ao Luís Milhano, aos elementos do júri, às entidades que abraçaram a ideia desta pequena mostra, o meu muito obrigada e até sempre.
Maria Filomena Barata
MOSTRA FOTOGRÁFICA
AMIGAS E AMIGOS
O GRUPO ALENTEJANOS NO FACEBOOK FOI UM SONHO TORNADO REALIDADE CONGREGANDO NESTE MOMENTO CERCA DE 16.000 AMIGOS.
VIVERAM-SE, DESDE OS PRIMEIROS TEMPOS, CONTÍNUOS MOMENTOS DE SATISFAÇÃO COM O IMEDIATO E CONSTANTE AUMENTO DE ADERENTES.
CONTRIBUIU PARA ESSE EFEITO, ALÉM DO AMOR PELO ALENTEJO QUE CADA UM SENTE, A ENTRADA DA ADMINISTRADORA, DRª FILOMENA BARATA QUE SE ENTREGOU DE ALMA E CORAÇÃO À TAREFA DE NOS OFERECER OS SEUS ESTUDOS, OS SEUS CONHECIMENTOS E AS SUAS MEMÓRIAS.
O GRUPO ALENTEJANOS NO FACEBOOK RESPEITOU O SEU PLANO INICIAL DANDO A CONHECER OU RELEMBRANDO TODO O ALENTEJO PUBLICANDO CONCELHO A CONCELHO DESDE O LITORAL ALENTEJANO, BAIXO ALENTEJO E ALTO ALENTEJO (DISTRITOS DE ÉVORA E PORTALEGRE).
ACOMPANHANDO A HISTÓRIA DE CADA CONCELHO, TAREFA DOS ADMINISTRADORES, SUCEDIAM-SE FACTOS, ESTÓRIAS, LENDAS, FOTOS, ETC. QUE CADA AMIGO GOSTAVA DE PUBLICAR.
A COLABORAÇÃO TEM SIDO EXTRAORDINÁRIA. SÓ EM FOTOS CONSEGUIMOS CERCA DE 4.000 .
ALÉM DOS AMIGOS ADERENTES TAMBÉM COLABORARAM COM O NOSSO GRUPO AS CÂMARAS MUNICIPAIS DE MARVÃO, ELVAS, ALVITO E A JUNTA DE FREGUESIA DE SANTIAGO DO CACÉM, ENVIANDO LIVROS, ALGUNS JÁ SORTEADOS PELOS ADERENTES.
A CÂMARA MUNICIPAL DE ÉVORA COLABOROU CONNOSCO NESTA MOSTRA FOTOGRÁFICA.
ESTE EVENTO É UMA INICIATIVA DO GRUPO MAS DE TOTAL REALIZAÇÃO E EMPENHO DA DRª FILOMENA DADA A MINHA IMPOSSIBILIDADE MOMENTÂNEA DE PODER PARTICIPAR NESTA ALTURA.
VOU TERMINAR APRESENTANDO OS PARABÉNS À FILOMENA PELO SEU EXCELENTE TRABALHO, UMA HOMENAGEM A TODOS OS AMIGOS E ADERENTES DO NOSSO GRUPO.
PARA TODOS OS QUE COLABORARAM NESTA INICIATIVA, CASA DO ALENTEJO,CÂMARA DE ÉVORA,TURISMO DO ALENTEJO, CANTADEIRAS ALMA ALENTEJANA, PROGRAMA VAMOS AO ALENTEJO, RÁDIO ALMA LUSA (GENÉVE), DANIEL CASADO, DOMINGOS XAREPE E UMBELINA FRESCO (MEMBROS DO JÚRI) OS NOSSOS SINCEROS AGRADECIMENTOS.
VIVA O ALENTEJO !
20 de Fevereiro de 2011
O Grupo CANTADEIRAS ALMA ALENTEJANA e o Mestre Luis Moisão
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